Brasil

Apesar de possuírem motivação política, a falta de propostas mais claras atrapalha a obtenção de resultados

Ainda não se sabe, ao certo, o que esses protestos em série, que estão ocorrendo em diversas cidades brasileiras, representam para o País e as consequências disso a curto ou longo prazo. O fato é que, pacíficas ou de maneira violenta, essas manifestações têm ganhado cada vez mais adeptos e chamado relevante atenção até fora do País.

Pelo tom de protesto e reivindicações por mudanças, as manifestações de agora se assemelham a iniciativas como "Diretas Já" e "Fora Collor", ocorridos entre 1980 e 1990, no entanto, se afastam de seus precursores por uma questão: a falta de foco.

Em sua maioria jovens, os manifestantes alegam reivindicar mudanças no que diz respeito a políticas públicas mais eficazes, clamando pelo apoio geral da população nas ruas. Porém, para especialistas, os protestos, apesar de legítimos, pecam pela falta de direcionamento.

O professor de ciências políticas da Universidade de Fortaleza (Unifor), Francisco Moreira Ribeiro, esclarece que as manifestações possuem características de movimento com reivindicação política. Contudo, seguem sem foco definido, o que prejudica a conclusão do objetivo.

"Eles não têm um foco, não têm uma visão, as coisas estão confusas, não possuem um projeto político ou uma motivação política", avalia o professor. Apesar disso, ressalta, o fato em si não invalida o que tem de positivo em todo o processo, apontado por ele como a questão ligada ao novo. "Há muito tempo, a população se encontrava em uma situação amorfa, desligada dos processos políticos. Quando você vê um jovem participando efetivamente da vida política, mesmo que não seja às claras, isso ainda pode ocorrer ao longo do processo", diz.

Transporte

O que se pode definir, destaca o especialista, é que os movimentos originaram como uma reação de insatisfação da população brasileira em relação à atual situação do País. "O movimento começa com