Brasil
É Alencar quem realiza essa transformação, cabendo-lhe, por isso, o posto de patriarca da literatura brasileira. Estudadas as suas cartas sobre A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIS (1856) e a sua autobiografia literária COMO e porque sou romancista (1873), bem como sua polemica com José Feliciano de Castilho (1872), verifica-se a noção que ele tinha dos problemas literários, como os estudou a fundo nas obras clássicas e modernas, através dos tratados de poéticas e retoricas, e das grandes obra representativas dos vários gêneros, reportando-se, na sua argumentação, às provas fornecidas pelos grandes autores. Ao lado do estudo das formas literárias, tinha ele bem presente no espirito o problema de como dar realização “brasileira” à literatura, preocupação absorvente dos homens de letras de então, de conformidade com aquele “instinto de nacionalidade”, que caracterizava a época, como salientou mais tarde (1873) Machado de Assis.
De modo que em Alencar convergem as duas linhas que iriam dar corpo à nossa consciência literária: a linha técnica, a formação e evolução dos gêneros e formas; e a linha “brasileira”, o processo de diferenciação da literatura no Brasil. Alencar pegou aquela primeira linha, consubstanciada num gênero informe, incaracterístico, qual a ficção romântica, apenas aqui e ali denotando alguma tentativa mais realizada, e eleva o gênero a um grau de alto desenvolvimento não só quando ao aspecto estrutural, mas também temático, oferecendo soluções que preparariam o caminho de Machado de Assis, a quem passou,