Brasil
A TAREFA PEDAGÓGICA DO HISTORIADOR DIANTE
DE SEU POVO
Gabriela Rizo'
Resumo: Através dos conceitos de Renascimento e de Povo, na obra de Jules Michelet, é possível observar a coligação entre a atividade do historiador e a produção de uma escrita da história que visa ser responsável e útil à vida. Este artigo procura refletir acerca da manifestação do historicismo romântico em Michelet, bem como sua idealização do historiador enquanto pedagogo, capaz de ensinar a auto-estima e a valorização da tradição.
Unitermos: Jules Michelet, Lucien Febvre, Renascença, historiografia romântica, ação pedagógica.
o foco das preocupações de Jules Michelet em sua obra
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sempre foi o homem enquanto agente histórico. Em face ao mundo do século XIX, o principal objetivo micheletiano foi demonstrar que a História não tem uma propositoriedade em si mesma, mas é constru ída por agentes humanos. Como historiador romântico, pode-se atribuir a Michelet aquilo que, segundo Michael Lówy, caracteriza todos os tipos de romantismos oitocentistas: a resistência ao mundo capitalista que se configura em sua época (LÓWI e SAVRE, 1993). Na visão micheletiana, o mundo capitalista é a grande causa da massificação do povo francês, e, assim, da submersão de um espírito autônomo. Michelet vê a solução para isso na revigoração da liberdade dos povos, e na superação da
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1 Mestre
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em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
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Hist. Ensino, Londrina, v. 6, p. 187-198,
OUt.
2000
187
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mediocridade, através da recuperação das tradições revolucionárias. Nesta perspectiva, a idéia de regeneração de valores latentes em seu povo é de grande importância.
Para analisar tal característica da obra de Michelet, o livro de Lucien Febvre, "Michelet e a Renascença ': torna-se uma obra de grande importância, uma vez que busca unificar o conceito de Renascimento, em