Brasil nos Brics
O Brasil tem um papel importante a desempenhar na arquitetura da governança global, apresentando um crescimento econômico sustentável apoiado por aspectos demográficos favoráveis.
O clima de negócios no país vem consistentemente melhorando.
O país se gaba de ser um dos maiores mercados internos do mundo e possuir um cenário empresarial sofisticado. Ocupa a 53ª posição no Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial e está à frente das demais nações do Brics em disponibilidade de serviços financeiros, entre outros indicadores-chave de penetração no mercado financeiro.
A crescente classe média brasileira e sua elite têm inexoravelmente abraçado os parâmetros da globalização liberal, promovida pelo mundo desenvolvido. Consequentemente, desde a década de 1990, eles têm mostrado maior disposição para se embrenhar no sistema internacional, bem como aceitar regulamentos e normas transnacionais.
Solidário às normas internacionais, variando desde condutas para redução das mudanças climáticas ao impedimento da proliferação nuclear, o Brasil tem muitas vezes rompido com a famigerada postura defensiva. O que superficialmente parece representar uma redefinição das prioridades sistêmicas requer uma análise mais profunda, entretanto. De acordo com a Unidade de Inteligência Econômica do grupo editorial “The Economist”, as taxas de poupança interna no país estão abaixo de 20%. As indústrias de médio porte ainda dependem, em grande parte, dos mercados externos para levantar capital e canalizar investimentos. Via de regra, a percepção internacional sobre a economia brasileira é um componente importante da estratégia nacional. Paralelamente, a identidade latino-americana é o princípio que governos sucessivos têm se esforçado para esclarecer.
Fazer parte do grupo do Brics ajudou o Brasil a alavancar sua fama de “mercado emergente” e desassociá-lo de sua identidade latino-americana (que apresentava sua própria dinâmica