O papel do brasil no brics
Boa tarde senhoras e senhores,
É uma imensa alegria e uma honra estar aqui hoje e fazer parte de um painel com pessoas que eu tanto admiro e tenho imensa estima.
Gostava de agradecer imenso o amável convite do professor João Carlos Espada e da dra. Rita Brito para ser um dos conferencistas deste evento que eu admiro, respeito e compareço desde 2008.
Gostava também de dedicar meus agradecimentos aos professores e funcionários do IEP por fazer do instituto um centro de excelência e construir diariamente um ambiente intelectual estimulante e desafiador. É uma honra fazer parte dessa família.
Queria também agradecer ao senhor Winston Churchill, que está aqui ao lado e olha por nós. E se ele mudar as feições do rosto em sentido de reprovação a algo que eu disser, por favor, avisem-me.
O tema que me traz aqui hoje é o papel do Brasil no BRICs.
Em primeiro lugar, gostaria de dividir com vocês uma dúvida sobre a longevidade desse acordo político entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para que, juntos, consigam uma maior relevância na sociedade internacional.
Hoje, o comércio entre os quatro países e o desejo comum de migrar da periferia para o centro da sociedade internacional são os elos de ligação entre eles. Mas há um aspecto que pode comprometer esse vínculo actual: o peso da intervenção do Estado nos países do BRICs. O mercado promovido entre eles e o objectivo comum de ascensão política e económica só continuarão em progresso se a elite política dos cinco países mantiverem os padrões e interesses actuais, o que é impossível de se prever dada a diversidade cultural e política de cada um deles e a ausência de uma identidade comum que possa criar e reforçar o aspecto da confiança, que usualmente exige tempo, honestidade, ordem, estabilidade, regras claras, garantias aos direitos de propriedade e preservação das liberdades.
Se dentro das sociedades a confiança é um elemento de suma importância