bradicinina

1. Bradicinina e a pressão arterial
De natureza polipeptídica, as cininas são hormônios teciduais que agem na contração e relaxamento da musculatura lisa e apresenta propriedades vasoativas (Rocha e Silva, 1969). Dentre essas cininas, temos a bradicinina, que é clivada tanto do cininogênio de alto peso molecular quanto do de baixo, por calicreínas do plasma (Bhoola, 1992). O grupo aminoterminal da sequência de aminoácidos da bradicinina, no cininogênio de alto peso molecular (626 aminoácido), esta ligada a uma cadeia pesada (362 aminoácidos), e o grupo carboxiterminal a uma cadeia leve (255 aminoácidos). A região que vai desde a extremidade aminoterminal e passa por toda a sequência de aminoácidos da bradicinina no cininogenio de baixo peso molecular é idêntico ao de alto peso. Estes diferem apenas na cadeia leve, a qual no cininogenio de baixo peso é mais curta. (Takagaki, 1985).
Rocha e Silva e colaboradores (1949), ao realizaram estudos sobre o efeito do veneno da Bothrops jararaca, descreveram, pela primeira vez, a bradicinina (de brady = lento e kinesia = movimento), a qual apresenta um principio diferente da histamina e da acetil-colina. Esta ficou conhecida como um fator hipotensor e estimulante da musculatura lisa, um polipeptídeo complexo, o qual estaria unido às proteínas do plasma por ligação peptídica.

Para que haja liberação da bradicinina, é necessária a ativação do sistema calicreína-cininas, que em condições experimentais, é ativado devido ao contato do plasma com superfícies carregadas negativamente (substancias não fisiológica como o vidro, por exemplo), após a ativação do fator de Hageman. ( Kaplan et al, 2002). In vivo, essas substancias não fisiológinas ainda são desconhecidas, porém, existem hipóteses de ativação desse sistema apartir de contato do fator de Hageman à proteoglicanas, endotoxinas, cristais de acido urico, colágeno e membrana basal. Uma vez ativado, o fator de Hageman ativa a calicreína, que irá clivar o cininogenio,