bovary
Sobre a narração em Madame Bovary: O romance se inicia em primeira pessoa, como se fosse um relato de um contemporâneo de escola de Charles Bovary. Mas, logo, este narrador dá lugar à narração onisciente. O narrador onisciente simplesmente reproduz ao leitor tudo que vê. As ações e reações das personagens, ou seja, seus pensamentos e sentimentos são reproduzidos com suas próprias palavras por meio do discurso indireto livre (acho que um bom exemplo são os devaneios de Emma, se não tiver tempo de procurá-los posso fazer isto hj a noite, adoro usar exemplos!!). Além disso, as cenas se constroem de forma a remontar várias vozes, vários tempos, ou seja, há uma grande polifonia que constrói a narrativa (me lembro da Madé exemplificando com a cena do discurso do prefeito ou coisa parecida, ops, achei, é o capítulo VIII da segunda parte, eu acho rsss!). Lembro-me que a voz do narrador se dispersa em meio a polifonia, há narrações fragmentadas e simultâneas, o que exige maior participação do leitor na montagem da narrativa. Em Madame Bovary encontramos personagens que possuem seu próprio sistema de representação do mundo e construção de suas “verdades”. (é muito intenso e particular como cada personagem vê as coisas á sua volta). Por fim, creio que há uma espécie de “combate” entre as vozes dos personagens e do narrador onisciente. Ah, me lembrei da “cena do fiancre” (parece ser um dos trechos mais importantes do romance) é uma parte em que Ema passa horas com Léon dentro de uma carruagem, a madé falou muito sobre isto, ela dizia que embora a cena fosse erótica, havia apenas a sugestão de tal, acho que este trecho serve para falar da sutilieza-leveza que Flaubert utiliza para recordar-representar a realidade.) Personagens: Diferentemente dos heróis do romantismo, os personagens de