madame bovary
No início do livro, logo depois que Emma casa com Charles, que é quando sabemos da sua urgência pela aventura e pelo que é diferente, requintado e belo, fiquei com pena de Emma. Acho que ela é o reflexo de muitas mulheres, inclusive as modernas, que são presas ou pela família ou pelo marido ou pela sociedade e não podem vivenciar as suas paixões. Acontece que durante a leitura, a medida que Emma se torna mais difícil de ser agradada, apesar das tentativas constantes do marido e dos amantes, Emma se torna chata. Dá vontade de esganar Madame Bovary, aquela safada. E no final do livro, a gente quer é mais que o Senhor Bovary dê uma pé nas nádegas da Madame e mande ela pastar, porque ô criatura difícil de agradar, sô.
Gustave Flaubert escreveu Madame Bovary primorosamente e maravilhosamente bem. Já que o livro tem poucos diálogos, grande parte dos acontecimentos são totalmente narrados mas isso não o torna um livro entediante. Flaubert não abusa das descrições (não é um Eça de Queiroz, thanksgod) e a narrativa flui. Dá para ir imaginando tudinho dentro da cachola. Há livros que tem poucas descrições dos personagens e do cenário, daí fica difícil imaginar como o autor os imaginou quando os escreveu. Com Madame Bovary dá para imaginar cada expressão de Emma, cada atitude de Charles e todo o ambiente onde a história se desenrola. Eu