Bourdieu e os Estudos Culturais
Para Bourdieu a escola seria a principal estrutura objetiva que transformaria as mentes e os comportamentos das pessoas na sociedade. Neste sentido, o ensino superior transmitiria privilégios, inserindo respeito pela posição, hierarquizando relações sociais.
Ao invés da escola representar a possibilidade da passagem da heteronômica para a autonomia, efetivamente faria justamente o contrário, manipulando o estudante ocultando uma violência simbólica. A violência estaria no fato da escola se revestir de uma aparência de neutralidade, quando na realidade condiciona o educando de acordo com os interesses das elites que controlam o sistema educacional.
Esta violência seria simbólica devido ao seu caráter não material, circunscrito a esfera mental dentro deste contexto, insere-se o capital cultural, a competência cultural e linguística herdada, sobretudo, da família, e dos costumes, facilitando o bom desempenho escolar. Usando uma linguagem e cultura pertencente aos burgueses, a escola cometeria uma violência simbólica ao impor, ao conjunto da sociedade, valores que pertencem a um único grupo, impedindo o acesso daqueles que não possuem o necessário capital cultural causando conflitos e diferenças sociais, ou seja, a escola deveria democratizar, seria sua função ensinar hábitos de classe, a maneira de se comportar e pensar de um grupo social, representado pelo capital cultural.
Portanto, dentro desta visão, a escolarização condena aqueles que carecem de capital cultural ao fracasso social. Embora possa não existir sincronia entre o mercado de trabalho e o processo educacional, o capital cultural é semelhante a uma moeda de troca, por meio do qual o individuo seu sucesso ou fracasso escolar.
De acordo com estudos de Bourdieu adquirir capital cultural tornou-se importante para a classe média, o capital cultural foi convertido em meio de acesso a boas posições sociais, fato que explica os investimentos da categoria em educação.