Borges – a poesia como paixão e prazer!
No livro de ensaios “Esse ofício do verso”,
Borges relata todo seu amor pela magia da palavra
Num tom confessional, admitindo ser um pensador levado a timidez, apenas utilizando como ferramenta a memória, o escritor argentino Jorge Luis Borges, convidado como fora com todas as honras pela Universidade de Harvard nos anos de 67 e 68, no auge dos seus sessenta e sete anos, proferiu neste período seis palestras a estudantes americanos do Curso de Letras, com o objetivo de delinear oralmente, todo seu amor pela palavra - seja como leitor, ou como escritor, abrindo o leque das possibilidades que só o verso é capaz, depois que chega às mãos e aos olhos do leitor, num fluir de sentimentos adotados por Borges, como “uma paixão e um prazer”: a simples definição de poesia.
Antes, confinadas num cofre da biblioteca da referida universidade americana, as seis palestras, proferidas na língua inglesa, foram transcritas via fita, para as páginas impressas em 2000, num pequeno livro chamado “Esse ofício do verso” – This craft of verse - chegando ao Brasil no mesmo ano pela Editora Companhia das Letras, mediante acordo com a Harvad University Press, sendo organizadas pelo professor de Língua e Literatura Moderna da Universidade Western de Ontario, Calin-Andrei Mihailescu, e traduzidas em forma de ensaio, por José Marcos Macedo, contendo 159 páginas dedicadas à poesia – dialogando com autores e textos, de tempos remotos ao moderno, passando por Homero, Cervantes e Joyce, entre outros, sempre recorrendo à memória, ao invés das notas, pois o amarelo já havia lhe tomado as feições das suas pupilas.
O autor de Ficções - poeta, contista, tradutor, crítico e ensaísta, faz neste livro um vai e vem no mundo da poesia, destacando tanto poetas conhecidos, assim como alguns poetas não tão conhecidos, ou até esquecidos, delineando temas relacionados ao fazer poético, tais como, o enigma da poesia, a metáfora, a musicalidade da palavra, a