Gerações romanticas
ANTÔNIO GONÇALVES DIAS (1823 - 1864)
Nascido no Maranhão em 10 de agosto de 1823, Gonçalves Dias orgulhava-se de trazer em suas veias o sangue das três raças que formaram a etnia brasileira: era filho de um comerciante português branco e de uma cafuza (mestiça de negro e índio). Adolescente, seguiu para Portugal, onde concluiu os estudos secundários e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Em seu exílio voluntário teve oportunidade de ler os clássicos europeus, principalmente os portugueses.
Voltou ao Brasil em 1845, onde rapidamente distinguiu-se entre as personalidades de seu tempo, chegando a obter proteção de D. Pedro II. Aos 23 anos apaixonou-se por uma menina de 14 anos, Ana Amélia Ferreira do Vale. Apesar de ser correspondido por ela, teve sua mão recusada pelo pai da moça, que não via com bons olhos a união dos dois (racismo). Gonçalves Dias acabou casando-se aos 29 anos com D. Olímpia Coriolana da Costa, moça pertencente a uma boa família do Rio de Janeiro. Seus melhores versos amorosos foram, entretanto, inspirados pela menina Ana Amélia alguns deles absolutamente antológicos.
Além de escritor, foi professor de Latim e de História do Brasil no Colégio Pedro II, viajou com patrocínio para fazer vários estudos, entre eles uma viagem à Amazônia, onde pesquisou Linguística e Etnografia (estudo e descrição das manifestações dos povos – língua, costume, religião etc.). Esteve em Portugal em diversas ocasiões, totalizando 14 anos de estadia naquele país. Na volta de uma viagem que fizera a Portugal para cuidar de sua saúde já fragilizada pela tuberculose, o navio em que estava, o Ville de Bougne naufragou. Era o dia 3 de novembro de 1864, cerca de três meses depois que o poeta completara 41 anos.
Gonçalves Dias foi poeta versátil; destacou-se na poesia lírico-amorosa, assim como na indianista e nacionalista. O decassílabo e o redondilho maior foram os versos que mais usou; quanto à estrofação, empregou preferencialmente