Bolhas de metano: uma bomba-relógio prestes a explodir
Por John Atcheson
O recente relatório do Conselho Ártico sobre os efeitos do aquecimento global no extremo norte do planeta mostra um panorama desolador: inundações globais, extinção dos ursos polares e outros mamíferos marinhos e o colapso de áreas de pesca. Mas o relatório ignorou uma bomba-relógio prestes a explodir, enterrada nas tundras do Ártico.
Há enormes quantidades de gases de efeito estufa geradas pela natureza, aprisionados sob a forma de misturas geladas de gases hidratados nos pântanos frios do norte e no fundo dos mares. Essas misturas, chamadas de "clathrates" em inglês, contêm mais de três mil vezes metano do que a atmosfera. E o metano é um gás mais de vinte vezes superior ao gás carbônico (CO2 ou dióxido de carbono) em termos de contribuição ao efeito estufa.
Agora vem a parte mais assustadora. Um aumento de alguns poucos graus na atmosfera irá fazer com que esses gases se tornem voláteis e sejam liberadas para a atmosfera, causando um novo aumento na temperatura do planeta, que por sua vez irão estimular a liberação de mais metano, aumentando mais ainda a Terra e os oceanos, e assim por diante. Há 400 bilhões de toneladas de metano aprisionadas nas tundras congeladas das regiões árticas - o suficiente para desencadear essa reação em cadeia - e o tipo de aquecimento previsto pelo Conselho Ártico é suficiente para derreter as "clathrates" e liberar esses gases de efeito estufa na atmosfera.
Uma vez iniciado, esse círculo vicioso iria resultar em um aquecimento totalmente descontrolado do globo, em magnitudes que nem as previsões mais apocalípticas imaginam.
Uma fantasia apocalíptica criada por ambientalistas histéricos? Infelizmente não. Há fortes evidências geológicas que sugerem que algo similar já aconteceu por duas vezes antes.
A mais recente dessas catástrofes aconteceu por volta de 55 milhões de anos atrás, no que os geólogos chamam de Evento Máximo Termal