Boaventura
“Faz tempo que o mundo tem um sonho, do qual basta ter consciência para converte-lo em realidade. É claro que não se trata de traçar uma reta do passado para o futuro, mas de realizar as idéias do passado. Veremos finalmente que a humanidade não se iniciará em um novo trabalho, mas que realizará desde o princípio, conscientemente seu trabalho antigo”.
A sociologia quando de seu surgimento esteve ligada a uma perspectiva moderna, e desenvolveu-se a partir de uma série de configurações sociais problemáticas e críticas que impuseram uma postura desafiadora à interpretação da realidade social. E até hoje o que orienta e direciona a sociologia são os fenômenos sociais, que vão criando de acordo de acordo com as mudanças de cunho social, político, econômico e cultural, novas formas de sociabilidade. Os estudos sociológicos baseiam-se nessas alterações da vida social e como isso se procede desde o nível mais local ao mundial. A formação da sociedade civil global se apresenta como uma preocupação teórica para vários autores. Este é, sem dúvida, um fenômeno de grande importância, pois nos impõe uma nova forma de comportamento e que reflete o comportamento da população mundial. Ao mesmo tempo em que a globalização, enquanto fenômeno econômico, político e até cultural, busca integração e a unificação, sem barreiras comercias, criando também uma cultura alienada de massa, a nível social o que ela gera é fragmentação e enormes disparidades sociais. Esse custo social da globalização do capital torna-se muito alto, principalmente para as nações menos desenvolvidas, como no caso do Brasil, onde sem a real aplicação de políticas sociais que nos levem a emancipação tendemos a miséria e a exclusão. As ciências sociais enquanto “estilo de pensamento e crítica” têm nas mãos um novo objeto de estudo: Como se organizam as sociedades de acordo com a