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LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA
Aluna: Miliane Sousa dos Santos
Professora: Rutiney Lima dos Santos
Escola: M. E. F. Zelinda de Souza Guimarães
Recordo-me com muita saudade do lugar onde nasci. Comunidade do Paraná de Juruti Velho, área rural, região de várzea, interior de Juruti no estado do Pará. Lugar simples, pequeno, que nem aparece no mapa de tão insignificante, mas para mim é tão valioso quanto um diamante já lapidado. Minha casa tinha características indígenas, típica da nossa região: feita de pau a pique, coberta de Palha e assoalho bem alto prevenindo a enchente.
Meu Pai trabalhava na roça, pescava, e até hoje gosta de criar animais: galinhas, patos, porcos, e outros. Ele também tinha criação de gado, onde passava maior parte do tempo cuidando dos bezerros. Minha Mãe cuidava da casa e do plantio da horta, que tinha tudo que precisava para temperar nossa comida. Quando as galinhas iam para sua horta ela ficava furiosa, porque ciscavam os pés de cebolinha, chicória e coentro, beliscavam a couve, enfim deixavam uma bagunça.
Eu gostava de pescar e ir para roça com meus pais buscar lenha. Ficava horas ouvindo o cantar dos pássaros e observando-os bem de perto. Lembro-me do tá, tá, tá do Pica-Pau, o Bem-Te-Vi que anunciava a chegada de visitas: dizia minha mãe, a Saracura tão elegante com suas longas pernas e outros. No caminho de volta para casa não era raro encontrarmos um grupo de capivaras que corriam em direção ao rio.
Quando começavam as chuvas de inverno eu e meus quatro irmãos ficávamos tão felizes, o rio crescia, ele ficava maior e o dia parecia pequeno. Brincávamos na água, passeávamos de canoa, eu gostava de jogar pedrinhas da janela de casa no rio, aquele barulho me fascinava. Papai não!Recebia o inverno com muita preocupação, a primeira coisa que fazia era providenciar madeira para fazer maromba e abrigar os animais.
Não entendia muito bem quando meus pais falavam nos prejuízos causados pela enchente. Gostava mesmo de