Gestão Pública
Maria das Graças Rua
O conceito de avaliação das ações governamentais, assim como o de planejamento, surge com as transformações no papel do Estado especialmente devido ao esforço de reconstrução após a Segunda Guerra, à adoção de políticas sociais e à conseqüente necessidade de analisar os custos e as vantagens de suas intervenções. Mais recentemente, no âmbito do grande processo de mudança das relações entre o Estado e a sociedade e da reforma da administração pública, que passa do primado dos processos para a priorização dos resultados, a avaliação assume a condição de instrumento estratégico em todo o ciclo da gestão pública (Kettl, 2000).
Segundo Guba & Lincoln (1990), a trajetória histórica dos processos de avaliação, passa de um primeiro estágio, centrado na medida dos fenômenos analisados, para a focalização das formas de atingir resultados, evoluindo para um julgamento das intervenções e, finalmente, tendendo a constituir “um processo de negociação entre os atores envolvidos na intervenção a ser avaliada” (Constandriopoulos, 1997).
O termo “avaliação” é amplamente usado em muitos e diversos contextos, sempre se referindo a julgamentos. Por exemplo, se vamos ao cinema ou ao teatro formamos uma opinião pessoal sobre o que vimos, considerando satisfatório ou não. Quando assistimos a um jogo de futebol, formamos opinião sobre as habilidades dos jogadores. E assim por diante. Estes são julgamentos informais que efetuamos cotidianamente sobre todos os aspectos das nossas vidas. Porém, há avaliações muito mais rigorosas e formais, envolvendo julgamentos detalhados e criteriosos, sobre a consecução de metas, por exemplo, em programas de redução da exclusão social, melhoria da saúde dos idosos, prevenção da delinqüência juvenil ou diminuição de infecções hospitalares. Essas correspondem à avaliação formal, que é o exame sistemático de certos objetos, baseado em procedimentos científicos de coleta