anuel Alegre ainda parecerão candidatos decentes, as três pessoas que congregam sozinhos os piores traços da nação (ainda assim com aspectos adoráveis, pricipalmente se andamos a ler Goethe). Bem sei que muitos dos que apoiam o doutor Mário Soares nutrem pelo nosso Professor e pelo que ele representa a mesma aversão que aqui deixo contra aquele triunvirato da esquerda. Há que, no entanto, ser altivo quando a isso. Parece-me que falamos de reinos diferentes. A reacção de muita da esquerda contra o Professor não é da mesma natureza que a da direita e da parte sã do PS contra aquele tipo de esquerda: no primeiro caso falamos de um deslocamento cultural, quase de nascimento, de uma incompreensão fundamental de vida, das vidas, dos custos e do valor a atribuir a quem apenas quer ser mais rico que o vizinho, e, muito derivado disso, do lugar e da forma mais inteligente de utilizar em beneficio de todos a inevitabilidade humana de coisas como a inveja, o egoísmo, a ganância, a ambição, finalmente, do sentido a dar à Justiça (assim com letra grande para dar ares) neste caldeirão todo; importa aclarar tudo isto o mais possivel, para que racionalmente nos incompatibilizemos cada vez mais e melhor. No segundo caso, penso que se fala do simples, inescapável e transversal bom senso: Jerónimo é soviético e comunista – os “trabalhadores” para ele são um electrodoméstico das suas ideias do mundo e da sua demagogia - , Louçã fala de fora do poder e do eufemismo "esquerda moderna", e, ou abandonaria metade do que diz (que não é muito), ou cairia vítima em três tempos do que há anos vem dizendo (é, nitidamente, um guterres extremado e ainda mais moralista – como inevitavelmente são todos os ateus -, mas cada vez menos extremado, ou, pelo menos, mais escondido, mais esquivo). Manuel Alegre, bem, Manuel Alegre suga-me as palavras. Provavelmente aqui no espaço ninguém concordará comigo, mas o caminho prudente e avisado para Portugal é o da separação das águas do interior do Bloco