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Dentre as principais semelhanças entre o turismo, a migração e a questão dos refugiados destaca-se o fato de ambos serem caracterizados como um tipo de mobilidade. Contudo, as motivações para cada tipo de deslocamento são da mais variada ordem. Portanto, cada tipo supracitado apresenta peculiaridades que devem ser levadas em consideração ao ser analisado.
No contexto atual, as migrações ainda são motivadas por razões econômicas. Mas outros fatores cada vez mais são ponderados na hora de decidir fixar residência em outro local ou não. Como por exemplo a qualidade de vida e a reestruturação dos laços familiares. Todavia, tais fatores não são prioridades atualmente para os turistas, uma vez que estes são movidos pelo desejo, muitas vezes incutido pela indústria cultural, de viver novas experiências, de vivenciar realidades muito distintas das suas. Isto pode ser comprovado pelo aumento do interesse turístico em países orientais, mas também em nível nacional com o aumento da procura por estrangeiros por passeios nas favelas Cariocas. Em relação aos refugiados, apesar destes tanto quanto os migrantes buscarem melhores condições de vida e em alguns sentidos, compartilharem um sentimento de exílio voluntário ou involuntário, para os emigrantes existe a perspectiva de retorno, ainda que esteja apenas na imaginação. Já os refugiados raramente conseguem se reinserir ao local de origem devido a grandes limitações ao retorno ou simplesmente porque o lugar social não existe mais.
Comparando os turistas com os refugiados percebe-se uma nítida distinção entre a atitude voluntária do primeiro em oposição a ação necessária do segundo. Enquanto o turista escolhe o seu destino ao seu bel prazer, o refugiado tem como única alternativa a fuga para outro país. Geralmente, para o local mais próximo. Estas pessoas fogem do seu país de origem por motivos de perseguição política, racial, religiosa ou guerra civil; mas dificilmente conseguem submeter seus casos às