Biscoitos o globo
Neste capítulo tratamos das relações entre os grupos alvo de nossa pesquisa e daquilo que consideramos as principais formas de interação entre eles. Essas interações entre os grupos podem ser observadas nas trocas de referências visuais, nas possibilidades de legitimação do design popular, nas diferentes formas de apropriação desta produção ou ainda nos limites flexíveis entre os campos de produção do design. Consideramos que existe uma relação de circularidade
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510347/CA
constante entre os campos de produção do design gráfico vernacular e oficial, apesar de essas trocas ocorrerem de forma desigual. Iniciamos nossas reflexões analisando os processos de hibridação entre os grupos. Examinamos em que medida os campos de produção do design popular e do design institucionalizado podem se mesclar originando outros grupos e produções que combinam aspectos de ambos os grupos originais. Posteriormente passamos a nos concentrar nas apropriações do popular pelo campo oficial. Optamos por enfatizar este aspecto das relações de troca no texto pelo fato de as referências populares raramente serem usadas pelo campo oficial de forma gratuita, já que geralmente visam atender a um objetivo específico. Por este motivo, formalmente, a linguagem visual do design popular se apresenta de forma bastante explícita nos projetos em que é incorporada. Além disso, muitas vezes existe um discurso por parte dos produtores para justificar o uso das referências populares, fato que consideramos importante analisar. Ao
examinarmos o uso da linguagem popular fora de seu contexto original, analisamos como seus elementos gráficos ou visuais podem ser trabalhados, reinterpretados e ressignificados pelos grupos sociais. No processo de apropriação do elemento popular, geralmente seus elementos considerados mais significativos ou característicos são estilizados a partir das normas de