Bioética
Segundo a Encyclopedia of Bioethics, o termo “Bioética” é um neologismo derivado das palavras gregas "bios” (vida) e "ethike” (ética). Pode-se defini-la como sendo o estudo sistemático das dimensões morais - incluindo visão, decisão, conduta e normas morais - das ciências da vida e do cuidado da saúde.
O termo “Bioética” surgiu em 1971 com a obra Bioethics: bridge to the future, escrita pelo oncologista norte-americano Van Rensselaer Potter, cuja preocupação primeira era buscar uma saída para o progressivo desequilíbrio criado pelo homem na natureza. Oito anos mais tarde, Tom L. Beauchamp e James F. Childress publicaram juntos The principles of biomedical ethics, que restringiria a Bioética ao meio clínico. A diferença apresentada nestas obras indica preocupações distintas resultante de duas fases históricas da Bioética, com questionamentos e reflexões próprias. A primeira fase vai de 1960 até 1977, período em que surge em diferentes regiões dos Estados Unidos, entre o meio médico, a preocupação com o impacto social causado pelos avanços científicos e tecnológicos no tratamento de seus pacientes.
Enquanto anteriormente os filósofos tinham, sobretudo interesse “meta-ética” (estudo da linguagem moral) ou, no máximo, na “ética normativa” (estudo das várias teorias normativas), no decorrer de poucos anos tem se acentuado o interesse para com as questões práticas. Os fatores que têm contribuído para esse processo são muitos e vale a pena lembrar alguns escândalos relativos à experimentação clínica; o transplante do coração (1967); os problemas levantados pela impossibilidade de generalizar a diálise; assim como questões mais gerais como aquelas relativas à desobediência civil dos jovens que deviam ir à guerra do Vietnã. Contudo, é indubitável o papel central e decisivo assumido antes pela questão do aborto, em seguida, ainda nos anos de 1970, pelas questões que dizem respeito à morte e que foram levantadas pelo célebre casa de Karen Ann Quinlan.
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