Bioética
Segundo a Encyclopedia of bioethics, o termo bioética é um neologismo derivado das palavras gregas "bios"(vida) e "ethike"(ética). Pode-se defini-la como sendo o estudo sistemático das dimensões morais - incluindo visão, decisão, conduta e normas morais - das ciências da vida e do cuidado da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num contexto interdisciplinar. De forma sucinta, portanto, pode-se conceituar a bioética como ética aplicada à vida.
Esse termo foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos, pelo cientista Van Rensselder Potter, da Universidade de Winsconsin, em obra intitulada "Bioethics: bridge to the future", em janeiro de 1971. O grande problema de Potter, como bem assinala MARIA DO CÉU PATRÃO NEVES, foi ele ter utilizado o termo em um sentido ecológico, como uma "ciência da sobrevivência". Seis meses mais tarde, Andre Hellegers funda o Joseph and Rose Institute for the Study of Human Reproduction and Bioethics. Com Hellegers, o termo ganha um sentido mais próximo do utilizado atualmente, qual seja, como ética das ciências da vida, consideradas particularmente ao nível do humano.
Embora o termo tenha se consagrado apenas a partir de 1971, a preocupação bioética é mais antiga. Pode-se dizer que as condições de formação da bioética são de duas ordens principais: uma, de ordem científico-tecnológico(como por exemplo, a descoberta do DNA, por Watson e Crick(1953) e as inovações tecnológicas decorrentes: transplantes, reprodução, genética , ressuscitação, etc), e outra, de ordem sócio-político(pode-se citar a crise da noção de progresso como essencialmente positiva e a intensificação do questionar da ciência).
Durante décadas, as preocupações bioéticas foram se acirrando, ganhando novos contornos, se complexificando, mas a Bioética, enquanto ramo do conhecimento humano, manteve algumas características que possibilita distingui-la de outros ramos do conhecimento.
Primeiramente, ela