biologia anfíbios
Ambiguidade era sua palavra favorita. Até saber que essa palavra era uma de suas características. Ela pensava que não se conhecia, mas estava tão claro que estava começando a conhecer. Seus defeitos, suas entregas, seus limites e a falta destes, objetivos, metas, conceitos, etc. Ela sempre se culpava de tudo. Martirizava-se muitas vezes por coisas que ela não podia evitar, mas que simplesmente aconteciam e deixavam todos decepcionados.
Um dia, ela percebeu certa coisa. Tudo é conceitual. Mas queria que todos pensassem do jeito dela. Queria que as pessoas soubessem como é se machucar por fora para tentar matar aquilo de dentro. Queria que as pessoas soubessem como dói sorrir e tentar sentir quando está entorpecida.
Ela não pode mais escapar, pois está escondida nas profundezas de uma escuridão de uma caverna. As horas passavam lentamente, pareciam anos. O tempo consumia suas esperanças, não importasse o quanto ela persentia. Ela se lembrava de um dia que acordou de manhã cedo e sentiu um senso de possibilidade tão forte. Ela pensava que aquele era seu começo, mas na verdade, aquilo era a felicidade. Naquele momento. Apenas naquele.
As pessoas a sufocam, a vigiam e supervisionam. O medo de sua extinção é cotidiana, mas ela também lida com a mesma. Todo santo dia, ela acorda e começa a contar as horas. A noite chega, os pesadelos vem e a vida recomeça. E ela tem de reivindicar seus direitos, apesar de sua doença. “Ela não deve fazer aquilo”, “não pode ficar só”, “nada de colégio”. Esse é seu direito, o direito de todo ser humano. Todo paciente, mesmo os mais insanos, têm o direito de descrever sua doença e tomar decisões porque é esse paciente que chora, grita, surta, sofre e esperneia.
Mas não são assim que as coisas funcionam, obviamente. É isso que as pessoas fazem: permanecem vivas uns pelos outros. Essa garota, é informada pelos doutores de seus próprios interesses e objetivos. É como se sua vida foi tirada de suas mãos e agora está