Biografia
Tirou o curso na escola náutica de Lisboa, mas não lhe deram carta de piloto devido à sua miopia. O’Neill diz então: “Eu andei para marinheiro mas pus óculos e fiquei em terra”.
Em 1948, foi um dos fundadores do movimento surrealista de Lisboa.
Em 1949 apaixona-se por Nora Mitrani, surrealista francesa quando esta passa por Lisboa. Eles conheceram-se, conviveram, apaixonaram-se. Depois de regressar a Paris, Nora convida-o a ir ter com ela, porém o passaporte é-lhe negado pela PIDE. Ele nunca mais a viu e depois ela suicidou-se.
Casado duas vezes e com dois filhos, acredita-se ter sido Nora o grande amor da sua vida, a quem dedicou 6 poemas.
Entre 1958 e 1972 Alexandre publica imensas obras. Contudo a sua vida não era ganha a escrever poemas, do que ele vivia era da publicidade: a inventar slogans. É dele a famosa frase: “Há mar e mar, há ir e voltar”. Mas muitas vezes a sua imaginação era incompreendida e slogans como: “Num colchão de sumaúma, você dá duas que parecem uma…” eram rejeitados.
Em 1982, é premiado pela associação de Críticos Literários.
O’Neill tinha um ar natural e irreverente, era a criança que sempre foi poeta, um poeta negando-se ao “modo funcionário de viver”. Ele tinha um programa a cumprir: dar a ver, a viver a poesia, pois era um mágico, um lírico, um príncipe das letras.
Era um “grande poeta menor” transbordante de sonhos e sedento de realidades submersas; foi em vida e é em morte incompreendido e, por vezes, votado ao esquecimento. Foi esse o preço que pagou por se ter recusado diluir numa qualquer poesia do populismo fácil. Ele ignora este tipo de poesia pobre, decadente e estéril. Ele rejeita a fórmula cor-de-rosa de ver a realidade: o lado obscuro do real existe, mas não é poeticamente estético descrevê-lo. Paga-se um preço alto por se ousar levantar poeira, e