Biografia Fernão Lopes
É difícil definir com precisão as datas limitadoras da vida do cronista devido à escassez de dados dessa natureza relativos a essa época. No entanto, partindo de determinadas conjeturas e baseando-se em dados mais concretos acerca da sua vida, os estudiosos conseguiram de alguma maneira reconstituí-la.
Pensa-se que Fernão Lopes terá nascido entre 1380 e 1390, e terá falecido por volta de 1460. No ano de 1418, mais precisamente no dia 29 do mês de Novembro, autentificava com a sua assinatura uma certidão que o nomeava responsável pela conservação do Arquivo Geral do Reino. Existe uma certidão posterior, de 12 de Dezembro do mesmo ano, declarando-o como "escrivão dos livros" de D. Duarte, facto que nos leva a pensar que Fernão Lopes desempenhava simultaneamente as duas funções. Existem ainda indicações de que a partir de 1422 passou ainda a ser homem de confiança e secretário particular do infante D. Fernando. Será no entanto no ano de 1434, que Fernão Lopes se iniciou na função que o celebrizou, como declarou D. Duarte numa carta datada de 19 de Março, surgindo o cronista-mor do reino. Cinco anos depois, o infante D. Pedro confirmava a tença que inicialmente lhe havia sido concedida, e em 1449, D. Afonso V aumenta-a numa carta de 11 de Janeiro. Em 1454, o nome do cronista volta a figurar numa carta de 6 de Junho, na qual D. Afonso V o dispensa da função de cronista, substituindo-o por Gomes Eanes de Zurara.
Apesar da nobre função que desempenhou, e através da qual subsiste até hoje na memória de todos os portugueses como o "pai da História Portuguesa", Fernão Lopes terá sido um homem de origem humilde, e com baixo grau de instrução, enfim, um homem "de comunal ciência", que no entanto soube como conquistar corações.
Como daqui se poderá concluir, Fernão Lopes viveu durante uma das épocas mais conturbadas e igualmente gloriosas da História Portuguesa facto de enorme importância para a função que desempenhou.
Existem três obras que