Fern O Lopes
Cronista e criador de prosas literárias.
Quem foi Fernão Lopes?
Cronista de D. João I, guarda-mor das escrituras da Torre do
Tombo, é a figura mais importante da literatura portuguesa medieval. A sua importância reside no cuidado em fundamentar a escrita historiográfica em provas documentais, assim como no talento de que dá provas como escritor, descrevendo com minúcia e vivacidade as movimentações de massas (sobretudo durante as sublevações de apoio ao Mestre de Aviz, em Lisboa) e algumas cenas dos eventos que regista, incluindo diálogos, o que consegue não só com remissões a testemunhos fidedignos mas também com uma capacidade de manejar a linguagem que coloca a imaginação ao serviço da verdade, de que acaba por se não excluir. A sua principal obra é a Crónica de D. João I.
Biografia
De origem humilde e de incerto nascimento (talvez entre 1378 e 1383, em local desconhecido), a primeira data que a seu respeito se conhece é a de
1418, quando D. Duarte, ainda Infante mas encarregado do "conselho, justiça e da fazenda" enquanto reinava D. João I, o nomeia "guarda das escrituras" da
Torre do Tombo.
• Em 1434, D. Duarte, sucedendo a seu pai, incumbe-o de "poer em caronica" a vida dos reis de Portugal, desde D. Henrique até
D. João I. Deve ter morrido pouco depois de 1459, pois esta é a última data que se lhe conhece. A época em que Fernão Lopes viveu (Sec. XV) foi um dos períodos mais conturbados da História e sujeito a grandes alterações políticas e sociais. Foi também durante este século que a Peste Negra assolou toda a Europa.
A época retratada na crónica de D. João I (Sec. XIV) reflete o início da crise do feudalismo acompanhado de revoltas populares que se sucedem por toda a
Europa.
Decididamente vocacionado para a historiografia, Fernão Lopes tem sido considerado o "pai da História" em Portugal, e posto ao par de grandes cronistas medievais, como, por exemplo, o Francês Froissart Seu valor como historiador reside acima de tudo no fato de