Biografia de Olympe de Gouges.
Marie Gouze nasce em 1748, na cidade de Montauban, em França. Aos 16 anos, casa-se com um homem muito mais velho e rico. Enviúva dois anos depois e muda-se para Paris. Quer ser mulher de letras. Passa a chamar-se Olympe de Gouges.
A sua caligrafia, gramática e ortografia reflete uma instrução pobre. Não é uma autora de sucesso, mas as suas obras são revolucionárias. É, entre 1788 e 1793, a única mulher a testemunhar os principais episódios que levam à Revolução Francesa e a escrever sobre eles. Inunda Paris com cartazes, panfletos e tratados políticos. Escreve peças de teatro, novelas e artigos sobre política e relações sociais. Dirige o jornal L’ Impatient. Funda a Sociedade Popular das Mulheres e publica, em Setembro de 1791, a «Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, como resposta à Declaração dos Direitos da Homem e do Cidadão, de dois anos antes. Reivindica a igualdade dos direitos da mulher à educação, ao voto, à propriedade privada, a cargos públicos, à política, à participação no exército e à igualdade de poderes na família e nos organismos sociais, nomeadamente na Igreja. Reclama também o direito ao divórcio, ao reconhecimento dos filhos nascidos fora do casamento e à herança pelas mulheres.
Eu documento "As Três Urnas ou O Bem-estar da Pátria" conduziram-na à prisão. Neste documento defendia um referendo sobre três possíveis formas de governo: República indivisível, Governo federalista e Monarquia constitucional.O mais grave ainda para os radicais, ela tinha defendido o rei publicamente, alegando razões humanitárias e pregando uma reforma da sociedade com palavras, pela razão e não com violência. Como feminista publicou textos sobre os direitos da mulher, afirmando que se elas poderiam ser levadas ao cadafalso, também tinham o direito de subir na tribuna política. Levada ao tribunal revolucionário, acusada de propaganda para reinstalar a monarquia, foi julgada, condenada à morte e guilhotinada a 3 de Novembro de 1793.