Bioetica
Presidente, Comité international de
Bioéthique United
Nations Educational,
Scientific and
Cultural Organization
(UNESCO)
A autora tece considerações sobre o desenvolvimento da Bioética, em sua concepção pluralista e pluridisciplinar para fazer face aos avanços técnico-científico das últimas décadas. Analisa a importância do ensino da Bioética em todos os níveis da formação do indivíduo agregando-o às varias áreas do conhecimento humano e que ultrapassam as fronteiras dos profissionais de saúde. Conclui a abordagem do tema apresentando pontos fundamentais das relações do homem com a ciência que devem batizar as modalidades de ensino interdisciplinar da Bioética. Por último, destaca algumas ações pontuais da
UNESCO para a promoção e reflexão do ensino da Bioética em vários países do mundo.
UNITERMOS - Ensino da Bioética, Comitês de Bioética, ética das ciências
Há 30 anos evocando suas inquietudes de biólogo, Jean Rostand estimava que "na grande política humana que, de mais a mais, solicitará nossas escolhas, estas virão menos da política propriamente dita que da biologia ou da moral". Indubitavelmente, este cientista-filósofo tinha razão ao enfatizar a separação entre os jogos políticos e os progressos das ciências do ser humano. Pois, com efeito, estes transformam a condição dos homens, seja a saúde, o meio ambiente, a alimentação, as relações do trabalho ou, ainda, a vida familiar. Mas, certamente, ele cometeu um erro ao dissociar a política da ciência e da ética.
A ampliação da reflexão bioética na França e em outros países do mundo testemunha, ao contrário, a existência de um elo cada vez mais forte entre o progresso científico e as escolhas políticas. A ciência impõe escolhas que não podem ser apenas políticas, mesmo que baseadas em dados técnicos.
Pode-se então interrogar acerca do grande desenvolvimento que teve a bioética, sem nenhum precedente na historia das ciências. É certamente revelador de uma inflexão das relações entre a ciência e a