Bioetica
A Fecundação In Vitro consiste na técnica de fecundação extracorpórea na qual o óvulo e o espermatozóide são previamente retirados de seus doadores e são unidos em um meio de cultura artificial localizado em vidro especial.
O primeiro grande questionamento sobre a eticidade desse procedimento médico é quanto ao fato de se ocorrer a fecundação fora do corpo da mãe, o que, para alguns, contraria a lei natural da reprodução.
Outro problema levantado pelos atuais métodos da reprodução assistida é a produção de embriões excedentes. A maioria dos centros de Fertilização In Vitro (FIV) congelam embriões excedentes para que, no caso de não ocorrer a gravidez no ciclo à fresco, estas mulheres possam realizar a transferência dos embriões preservados, sem se submeter à nova estimulação ovariana. Sendo assim, acaba-se fertilizando um número maior de oócitos e preservando os embriões que não são transferidos. Mesmo quando se consegue a gravidez no ciclo à fresco, estes embriões podem ser utilizados para uma gravidez subseqüente.
Uma vez que o casal definiu que a família está completa, existem algumas opções no que diz respeito ao que fazer com os embriões preservados. Estas opções incluem mantê-los congelados indefinidamente, doarem para pesquisa ou doarem para outro casal para que possa ter um bebê. Na Austrália e nos EUA existe ainda a possibilidade de descartar o embrião, mas na regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM, 1992) não permite esta prática. A opção de mantê-los guardados indefinidamente, quando não se almeja uma nova gravidez, acarretará futuramente outras questões, tais como ocorrências de separação do casal ou falecimento de um dos cônjuges. Nestes casos não há ainda regulamentação específica quanto ao destino dos embriões.
A abordagem destes aspectos deve ser ampla junto aos casais, antes mesmo da confirmação de embriões excedentes, facilitando assim decisões futuras quanto ao destino dos mesmos. É necessário