Bilinguismo: um debate na educação inclusiva
O Bilinguismo no caso dos surdos é um dos casos específicos de bilinguismo, gerido por conceitos específicos, relativos à deficiência auditiva, à língua e à cultura dos Surdos.
Em finais da década de 1970, com base em conceitos sociológicos, filosóficos e políticos surgiu a "Proposta Bilíngue de Educação do Surdo". Essa proposta reconhece e baseia-se no fato de que o surdo vive numa condição bilíngue e bicultural, isto é, convive no dia a dia com duas línguas e duas culturas: a língua gestual e cultura da comunidade surda do seu país; a língua oral e cultura ouvinte de seu país.
Numa abordagem educacional, o bilinguismo baseia-se no reconhecimento do fato de que as crianças surdas são interlocutoras naturais de uma língua adaptada à sua capacidade de expressão. Assim sendo, a comunidade surda propõe que a língua gestual oficial do seu país de origem lhes seja ensinada, desde a infância, como primeira língua. Reconhece ainda o fato de que a língua oral oficial do seu país não deve ser por ela ignorada, pelo que lhe deve ser ensinada, como segunda língua. Os bilinguístas defendem que a língua gestual deve ser adquirida, preferencialmente, pelo convívio com outros surdos mais velhos, que dominem a língua gestual.
Uma vez que cerca de 90% dos Surdos têm família ouvinte, para que a aquisição da língua gestual tenha sucesso, seria necessário que a família aprenda a língua gestual para que a criança possa usá-la ao comunicar-se, em casa. A língua oral, que geralmente é a língua da família da criança, seria a segunda língua desta criança. No entanto, os defensores dessa abordagem não estão de acordo, quanto a se deve ser ensinada ao Surdo a modalidade oral ou escrita dessa segunda língua, ou se ambas. Divergem ainda quanto ao momento em que deve ser ministrado o ensino, se em simultâneo com a língua gestual – "Modelo Simultâneo" – ou se após a aquisição dessa língua – "Modelo Sucessivo", e se a segunda língua deverá ser