Beyond budgeting
Hope e Fraser (2003) citam o caso de Jan Wallander,CEO da Svenska Handelsbanken, conhecida instituição européia que havia abandonado há algum tempo o modelo dito “tradicional” de planejamento central. De acordo com os autores, a empresa abandonou o orçamento em 1972 devido aos descontentamentos com os efeitos indesejáveis por ele provocados. Outro exemplo é a empresa Rodhia, multinacional francesa que abandonou o orçamento em 1999, depois que a Borealis, uma empresa dinamarquesa, fez o mesmo em 1995.
Recentemente, Wallander apresentou uma abordagem – reconhecida na literatura pela expressão beyond budgeting – que serve para caracterizar o processo de gestão flexível, sem a existência de um orçamento anual de resultados. Essa abordagem foi aplicada pelo banco escandinavo Svenska Handelsbanken, que obteve êxito gerenciando seus negócios por mais de 25 anos com resultados positivos, embora não superiores à concorrência
(Hope, 2000).
O esforço estruturado para trazer respostas à insatisfação em relação ao orçamento, considerado um instrumento rígido, teve seu início num grupo de executivos de organizações com atuações em empresas multinacionais, apoiados por consultores. As reuniões, realizadas a partir de 1997, geraram uma pesquisa realizada num grupo diversificado de empresas, em termos de setores e nacionalidade (Hope e Fraser, 2003).
O foco do estudo estava baseado nas seguintes questões:
a) existe alguma alternativa para o orçamento?;
b) existe algum modelo gerencial?;
c) que lições podem ser tiradas da implementação?
O encaminhamento dessa reunião culminou na abordagem conhecida hoje como beyond budgeting, que se propõe especificar a formatação de gestão sem a existência do orçamento anual nas organizações. Ela se baseia na idéia de que deva existir flexibilidade para os gestores, o que é obtido a partir de negociações, grande participação dos profissionais da “linha de frente”, fazendo com que o