BECKER, Howard S. De que lado nós estamos
Com a frase “De que lado estamos”, um dos capítulos de seu livro “Uma teoria da Ação Coletiva”, Becker, Howard S. (1977), incita-nos a uma reflexão acerca da questão que permeia o campo das ciências sociais.
Para o autor, a questão de termos ou não valores, aparentemente apresentada a nós como um dilema, na verdade não existe, pois para que existisse, seria preciso supor que é possível fazermos uma pesquisa que não seja contaminada por simpatias pessoais e políticas, o que de fato, é impossível.
Segundo Becker, é justamente quando almejamos a neutralidade, que corremos o risco de nos afastarmos do tipo de objetividade e do modo de conhecimento que objetivamos.
Deste modo, o autor sugere-nos que nos interroguemos: a pesquisa será afetada por está simpatia? Será ela útil na construção da teoria científica ou na aplicação do conhecimento científico aos problemas da sociedade?
Para Becker, não há posição a partir da qual nossa pesquisa seja feita que não contenha bias em uma ou outra direção.
Em situações em que o pesquisador pode ser acusado de bias, podemos citar:
• Nos conflitos políticos os superiores e subordinado possuem organização para o conflito e porta vozes que articulam informações e recebem credibilidades dos que representam, tentando manter ou mudar a relação de poder e comando existentes.
• Nos conflitos apolíticos existem superiores e subordinados, os subordinados reclamam do tratamento que recebem dos superiores, mas não se organizam como grupo e propõem uma igualdade de posições ou inversão de posições hierárquicas. Nessas situações o pesquisador tende a ser pouco temido, mas tende a se acusar mais de bias.
Assim como Becker trabalha a questão dos conflitos políticos e apolíticos, ele também desenvolve a questão da “Hierarquia da Credibilidade”, onde ele cita: ”A hierarquia de credibilidade na situação