ANALISE DO ROLEZINHO SOB A OTICA DAS DESIGUALDADES
É inegável que o Brasil é um país composto por uma grande diversidade, caracterizado fortemente pela variedade de culturas e pela miscigenação. O contexto histórico no qual o Brasil está inserido implica diretamente nessa grande diversidade que abarca seu território. Não existe uma unidade cultural que o caracteriza, mas sim uma mistura entre os mais diversos povos: índios, europeus, africanos. As diferenças raciais sempre foram bem demarcadas desde que povos distintos passaram a conviver e a dividir espaço no novo continente. Cada um possuía sua função, diretamente ligada a sua origem e cor de pele. Negros e índios eram escravizados por serem considerados hierarquicamente inferiores pelo “homem branco”, enquanto este acreditava ser legítimo para possuir pessoas. A escravidão no Brasil foi assim prontamente consolidada, e permaneceu por um longo período de tempo, desde a ocupação portuguesa até o ano de 1988, quando foi proibida. O modo de trabalho escravo, entretanto, não foi extinto rapidamente, mas começou a encontrar desafios para continuar mantendo-se nos mesmos moldes desde o início do século XIX. Com anos de constante resistência que se exteriorizava através de lutas, rebeliões e fugas, foi a pressão social e internacional que foi responsável pela produção e consolidação de leis como a lei Eusébio de Queiroz, a lei do Sexagenário e, finalmente, a Lei Áurea, que resultou na abolição da escravatura em 1988. Assim, os escravos e os recentes escravos libertos foram lentamente ganhando notoriedade no contexto cultural brasileiro. A abolição da escravidão nada mais foi, portanto, do que um documento assinado por uma autoridade imperial que apenas confirmava o processo de rompimento que já vinha se consolidando.
Apesar de uma grande parcela escravocrata da população não ter interesse na libertação dos escravos, no contexto em questão o Brasil sofria grande pressão internacional para a proibição