Bebop
Matéria: História do Jazz
2015
No fim dos anos 30, o Swing havia se transformado no maior sucesso comercial de todos os tempos. Até aquela época desconhecia-se um consumo de determinado tipo de música naquelas proporções.
A comercialização total do Swing gerou uma dezena de clichês encontráveis em qualquer canto, e tendia também a frear a evolução constante do jazz. Para que algo de novo acontecesse era preciso que instrumentistas se juntassem novamente em pequenos locais a fim de formar novos conjuntos e tocar uma música que escapasse àqueles padrões rendosos. Isso se deu, inicialmente, em Kansas City e em alguns pontos de encontro de músicos no Harlem, particularmente no “Minton’s”. Isso não significa, porém, que esses músicos tivessem se reunido para fazer um movimento anti-swing ou para fazer uma nova música, a qualquer custo. Não quer dizer, também, que eles se reunissem para experimentar e discutir, ou que tivessem uma consciência clara do novo estilo. Essa reunião de músicos em pequenos ambientes permitiu apenas que suas imaginações seguissem adiante.
O Minton’s foi o ponto onde o novo estilo se cristalizou, da me mesma forma que Nova Orleans o fora há 40 anos atrás. A expressão “Bebop” surgiu naturalmente e nada mais representa que um efeito onomatopaico. O sax alto Charlie "Bird" Parker foi o pai desse movimento e o trompetista Dizzy Gillespie foi seu principal cúmplice. Dizzy também regeu uma big band e ajudou a introduzir a música afro-cubana, inclusive ritmos como o mambo, para públicos americanos, por meio de seu trabalho com percussionistas cubanos. Mas foram as gravações em quinteto e outros grupos pequenos com Dizzy e Bird que formaram a fundação do Bebop e da maioria do jazz moderno.
Diferente do Swing, o Bebop deu uma ênfase muito maior à técnica e a harmonias mais complexas, por oposição a melodias cantáveis. O que caracterizava o estilo, para o ouvinte da época, era sua incrível flexibilidade e a sua condução melódica