Bauman: uma vida para o consumo
No livro “Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias”, Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês, visa examinar a sociedade contemporânea, mas precisamente, a transformação dos indivíduos em mercadorias, ou seja, na busca desenfreada e sempre estimulada pela mídia, pela moda, pelos grupos sociais, de sempre se estar à frente do tempo, de ser notado, seguido, valorizado. É através desse consumo e suas mudanças que o sociólogo vem à tona examinar o impacto que tudo isso acarreta na vida dos indivíduos.
Na percepção de Bauman “Estar em movimento é nunca estar satisfeito”.
Pois, a transitoriedade fala sobre a inquietude que o consumidor tem em relação aquilo que é consumido, a rapidez em que é devorada e descartada a mercadoria, a volatilidade do produto e a necessidade de adquirir produtos novos e estar sempre em visibilidade. E o estar satisfeito, para a nossa sociedade consumista, é um algo apavorante, já que a satisfação se refere à estagnação, o fim do ato de consumir, coisa que a sociedade teme e abre mão desse conceito. Ela, a satisfação, pode vir mascarada em uma experiência momentânea, mas nunca duradoura. Por isso, o nunca estar satisfeito é sempre estar em movimento.
Analisando as relações humanas a partir da ótica do mercado consumidor,
Bauman discute em “Vida para Consumo” aspectos centrais do fetichismo que as mercadorias passam a exercer sobre os consumidores, fazendo-os não só se sentirem, mas portarem-se como mercadorias. A facilidade de acesso à internet transporta o processo de produção de informações para um patamar instantâneo, que vai desde o simples ato de ler um jornal em formato on-line até compras dos mais variados produtos, realizadas com muito mais praticidade e segurança pelos consumidores no comércio eletrônico.
Para Bauman, essa forma de agir gera um estado permanente de mudança, através do qual estilo de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham