Barthes e Genette
DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, FILOSOFIA E TEORIA LITERÁRIA
6. Segundo Barthes, qual é a diferença entre obra e texto e o que isso implica metodologicamente nos estudos literários.
A obra é um fragmento de substância, ela ocupa um espaço numa biblioteca, por exemplo, o texto é um campo metodológico, se demonstra, se fala segundo certas regras. A obra é palpável, o texto está na linguagem, só existe no discurso. O texto não pára na literatura, não pode ser abrangido numa hierarquia, nem numa divisão de gêneros. A obra, fechada em si mesma, completa e acabada e o texto, que transborda a obra, um campo epistemológico que se abre à construção do sentido. Assim, a noção de obra acompanha o que Barthes denomina Doxa (a opinião coletiva, condicionada por fatores históricos, sociais e políticos), a noção de texto é, pois, sempre paradoxal. Enquanto a obra acompanha o conceito de literatura vigente em um determinado contexto, o texto sempre desafia esse conceito e o obriga a uma constante revisão e ampliação. Em termos etimológicos o texto é um tecido, o que dá a idéia de construção como uma gigantesca manta sempre inacabada.
Os estudos literários têm como objetivo desenvolver estudos que percebam o texto literário em suas múltiplas configurações, inclusive nas inter-relações com outros elementos do sistema cultural, mas para isso, é preciso utilizar a obra, pois ela já está acabada, já foi publicada e está ao nosso alcance é possível de ser lida por nós e de ser pega entre nossos dedos, não pode mais ser modificada. O estudo da literatura se torna texto quando é discutida e quando é problematizada, o que fazemos na disciplina, o discurso, a fala, é texto, passível de ser modificado, repensado e sempre retomado com um novo olhar.
7. Segundo Genette, como é a crítica literária estruturalista.
A teria da literatura é metalinguagem, pois fala a língua de seu objeto e seu objetivo é a própria literatura. Genette