A intertextualidade em Shakespeare
LUCIANA OLIVEIRA ATANÁSIO (UFPI) 1
Hamlet é uma das peças mais representadas até hoje do dramaturgo inglês William Shakespeare, com uma temática universal, e seu final trágico que deixa profundas reflexões sobre vida, a dor e o desespero humano, atravessando gerações e chegando à atualidade ressoando as aflições de um jovem atormentado pela traição em família e com sede de vingança pela morte de seu pai. O presente trabalho objetiva mostrar as relações intertextuais entre esta peça e algumas obras contemporâneas, revelando aspectos da intertextualidade, ramo da linguística que relaciona textos a partir da ótica de Mikhail Bakhtin, e desenvolvida por Julia Kristeva, Roland Barthes e Genette. Utilizou-se para a constituição deste trabalho as perspectivas de FIORIN (2003), GENETTE (2006) e KOCH, BENTES e CAVALCANTE (2007) mostrando a construção de textos com prismas intertextuais diversos, evidenciando a relação autor-texto-leitor na construção de sentidos e no processo de inventividade literária a partir do enfoque dos aspectos dramáticos de Hamlet observáveis em textos de vultosos escritores como Fernando Sabino, Osman Lins, Machado de Assis e João Pinheiro. Esse último, escritor piauiense, que ousou fazer uma releitura de Shakespeare à luz de aspectos da literatura moderna.
PALAVRAS-CHAVES: INTERAÇÃO, INTERTEXTO, CORRELAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Considerando-se que todo discurso se forma a partir de um outro já existente e que, nesse processo, há uma rede interrelacional a partir da evocação de tipos e de gêneros discursivos na perspectiva da lingüística textual, identificando-se aspectos que estabelecem e tipificam ações, afinal a interação está presente todas as vezes que alguém utiliza-se de textos escritos ou não, sendo que uma das formas de interação proporcionada pela construção de textos e aquela que ocorre através da intertextualidade.
A literatura com suas nuances de