Barroco e suas características
O barroco foi uma era que refletiu um considerável declínio da Igreja Católica diante da Reforma Religiosa empreendida no século XVI.
Na arte se traduz o confronto entre a esfera espiritual medieval e a racionalidade do Renascimento; entre teocentrismo e antropocentrismo; velhos e novos valores.
Esta revolução no estilo, na filosofia e na arte teve espaço no Ocidente, do século XVI ao século XVIII, influenciado pelas tentativas de renovação e pelo fanatismo religioso da contrarreforma. Neste contexto, pontilhado pela morte de Camões, a decadência política de Portugal, o suposto sumiço de D. Sebastião, a ascensão de Madri ao centro do cenário político e cultural, com escritores como Gôngora, Quevedo, Cervantes, Lope de Vega e Calderón de la Barca, entre outros, surge o Barroco.
Foi um período do século XVI marcado pela crise dos valores Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas religiosas e dualismos entre espírito e razão. O movimento envolve novas formas de literatura, arte e até filosofia. No campo religioso, a Reforma (1517) contestou as práticas da Igreja Católica e propôs uma nova relação entre Deus e os homens.
Uma das propostas desse movimento foi a tradução da Bíblia para os idiomas nacionais, abrindo caminho para novas interpretações das Escrituras, deixando a Igreja dividida e enfraquecida. O poder central da Igreja teve que reagir rapidamente. Em 1563 tem início a contrarreforma, que tinha como objetivo combater a expansão do protestantismo e recuperar os domínios perdidos. Portanto, a Europa do século XVII reflete a crise religiosa do século anterior. O homem europeu se vê dividido entre duas forças opostas: o antropocentrismo e o teocentrismo. O Barroco é a estética que reflete essa tensão, ou seja, o embate entre a fé e a razão, entre espiritualismo e materialismo.
Massacre de São Bartolomeu (a tela do pintor francês registra a fatídica noite de 1572, em que milhares de protestantes foram mortos em Paris