Nudez Final
(“Carne e Pedra”, Richard Sennett) A humanidade lutou, durante muito tempo, contra a sua própria natureza, enfrentando o que é semelhante e atacando a naturalidade e a beleza. A nudez, no decorrer do tempo, passou por várias transformações e a relação do homem com a própria nudez marcou diversas culturas, destacandose aqui a época para os gregos. Richard Sennett começou a estudar a história do corpo com Michel Foucault, na déca de 70, e observase sua influência no estudo da exploração do corpo na sociedade pela sexualidade.
Iniciase o estudo por Atenas, onde o nu simbolizava a autoconfiança de um povo na época de Péricles e da Guerra do Peloponeso, período em que a cidade estava no seu apogeu.
Este ideal da perfeição física causou distúrbios que influenciaram no espaço urbano, na política e nas relações entre homens e mulheres.
Para os gregos, o corpo era visto como sinal de civilização: a nudez importava muito como cultura de valorização do corpo e estava diretamente relacionada à vida, força, saúde, beleza, inteligência e posição social, especialmente entre os homens.
O espetáculo aparente da nudez aflorou a idéia que se faz de civilização ou barbárie. Durante muito tempo a nudez retratou o quadro de um "ser civilizado", inserido nos debates modernos, e nos ideais filosóficos.
Perceber a relação do sentido da nudez atribuído aos gregos e aos bárbaros é remontar ao contexto histórico e perceber a construção de uma cultura adversa a nossa e ao conceito de civilização ou barbárie que foi resignificado com o tempo. A forma dos espaços urbanos deriva das vivências corporais especificas a cada povo, assim sendo, o entendimento a respeito do corpo que se tem hoje precisa mudar. Talvez, desta forma, as pessoas voltem a