A luz como característica do Barroco e de Caravaggio
INTRODUÇÃO
O Homem sempre se relacionou com a Luz, ou com a falta dela. A própria sucessão de dias e noites é um perfeito exemplo de como ela influencia a vida na Terra diretamente. E é uma relação tão forte quanto a que tem com o fogo. Dessa forma, no que toca a arte, o homem foi entendendo a luz e a sombra a partir daquela que chegava a seus olhos ou que não chegava. Assim, através dessa visão é possível entender o contexto histórico pela sua necessidade de maior ou menor intensidade de luz.
É no Barroco, principalmente na figura de Caravaggio o que se tem é a tradução da dramaticidade e da teatralidade que se precisava para expressar aquele ponto na encruzilhada, um misto de angústia, dúvida com a necessidade da afirmação da fé. E ele o fez como poucos nesse intuito. E influenciou com sua forma de ver muitos outros que viram com seus olhos influenciados pelo olhar do percursor da escola Tenebrosi. Ele como todo visionário, vê antes, então, por fazer essa ruptura acaba sendo muito criticado, mas a medida que os outros a frente chegaram no momento de ver, enxergaram e virão sentido nas palavras do mestre.
Assim sendo, o presente artigo trata das questões de Luz e Sombra no Barroco, contexto histórico e da fundamental presença de Caravaggio para trazer ao inconsciente coletivo de todos que ouvem falar, a forma como é conhecido o Barroco.
Se pudéssemos dar uma definição para a arte barroca, esta seria: heterogeneidade. Não que o Barroco não tenha suas próprias características, longe disto. Em cada país, em cada ponto em que ele aconteceu, assumiu uma forma de ser e de se consolidar, tornando-se único e adquirindo o contexto histórico-social de cada região. Sendo assim, o Barroco teve seu real início na Europa, mais precisamente em Roma, em meados do século XVII, como uma forma de divulgação do catolicismo, devido à expansão e fortalecimento do protestantismo