barbara'
Negro correu do chicote
Prá quilombo dos palmares
Negro gritou liberdade
E fez eco pelos ares
Negro escutou as batidas
Dos tambores de zumbi
Que cruzou terras e mares
E chegou até aqui
Já nascia na senzala
Quem tinha pele de cor
O negro era privado
De amar e ter amor
Negro cor da madrugada
Raiz de Kunta Kintê
Galopa na esperança
De ganhar pão prá comer
Negro, negro, negro, negro.
Negro, negro, negro.
Negro, negro, negro.
Quem lhe trouxe para cá
Negro, negro, negro, negro.
Negro, negro, negro.
Não lhe deu o direito
De escolher, nem de sonhar.
Texto falado:
A história escrita de todas as formas
Reverencia a nobreza
E o grande heroísmo do negro
Por ter sobrevivido
Aos crivos da humilhação
Para estampar as gravuras e as pautas
Escritas no interior de um povo
Resignado e vitorioso
É necessária a igualdade
De toda a raça
Em todos os aspectos
Para que o mundo possa sonhar com a paz
E a liberdade até de expressão
Em todo nosso planeta
Cê ta vendo essas mãos
E esses calos da enxada
Veja só as minhas costas
Com marcas de chicotadas
Cicatrizes tão profundas
De correntes em meus pés
Pelos elos dos grilhões
Que quebrei com minha fé
Já nascia na senzala
Quem tinha pele de cor
O negro era privado
De amar e ter amor
Negro cor da madrugada
Raiz de Kunta Kintê
Galopa na esperança
De ganhar pão prá comer
Negro, negro, negro, negro.
Negro, negro, negro.
Negro, negro, negro.
De outras terras, de outro mar.
Negro, negro, negro, negro.
Negro, negro, negro.
Hoje conquistou seu espaço, seu lugar.