Bandas cambiais
Uma análise do tipo de controle cambial adotado no Brasil e suas consequências sobre as reservas cambiais e sobre a balança comercial
Resumo: A banda de câmbio é um regime cambial intermediário baseado em faixas-alvo, com o Banco Central limitando as flutuações do câmbio para uma média específica ou em torno de uma paridade central. A vantagem decorrente de tal política reside no fato de que sua adoção representa a introdução de suficiente flexibilidade na taxa de câmbio nominal para responder às mudanças nas condições externas e internas do país, ao mesmo tempo em que mantém o mercado informado do valor da paridade central, de modo a estabilizar as expectativas dos agentes e, assim, contribuir, positivamente, para a credibilidade das políticas governamentais. A política cambial brasileira foi modificada diversas vezes pelas autoridades monetárias após a implantação do Plano Real, que ocorreu em julho de 1994. Nos três primeiros meses após a sua adoção, foi utilizado o regime de câmbio flutuante. Em outubro de 1994, a política cambial foi alterada para o regime de câmbio fixo que, por sua vez, em março de 1995, foi trocado pelo regime de bandas cambiais. No entanto, este modelo de regime cambial não se sustentou, devido as grandes perdas de reservas internacionais, proporcionadas pelas crises internacionais do México (1995), Sudeste Asiático (1997) e Rússia (1998). Assim, em decorrência da insustentabilidade deste regime, o Brasil adotou em janeiro de 1999 o regime de câmbio flutuante, que perdura até o presente ano (2011). Entretanto, na prática, a fim de garantir a estabilidade econômica, o regime de bandas cambiais é o que de fato vigora até hoje. Diante desse contexto, a fundamentação teórica deste trabalho contempla a identificação, descrição e análise deste tipo de controle cambial, atualmente em vigor no Brasil, e suas consequências sobre as reservas cambiais e sobre a balança comercial. Na realização da pesquisa para este