Regimes Cambiais
Luciano Rodrigues Lara*
Resumo
Após a implantação do Plano Real em julho de 1994 a autoridade monetária alterou por diversas vezes a política cambial brasileira. Nos três primeiros meses do Plano Real utilizouse o regime de câmbio flutuante. A partir de outubro de 1994 é adotado o regime de câmbio fixo, que em março de 1995 é trocado pelo regime de bandas cambiais. Porém este modelo de regime cambial não se sustentou, devido as grandes perdas de reservas internacionais, ocasionadas pelas crises internacionais do México em 1995, Sudeste Asiático em 1997 e
Rússia em 1998. Em razão da insustentabilidade deste regime em janeiro de 1999, o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante que perdura até o presente ano (2005). Este trabalho analisa regimes cambiais alternativos ao câmbio flutuante puro adotado em 1999 pela autoridade monetária brasileira, tendo em vista que este regime não é o mais adequado para países em desenvolvimento como é o caso do Brasil. Isto porque, fatores como a elevada volatilidade da taxa de câmbio ou grande apreciação desta podem trazer efeitos negativos as exportações brasileiras. Também são analisadas formas de controle de capitais que auxiliem a adoção de um regime cambial alternativo.
Palavras-chave: regime cambial, controle de capitais, Plano Real
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Bolsista do PET-Economia
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1 INTRODUÇÃO O atual regime de câmbio flutuante, adotado em 1999 pela autoridade monetária brasileira, permite que existam grandes apreciações (depreciações) e, portanto, elevada volatilidade na taxa de câmbio. Isto poderá acarretar em problemas futuros devido a condição brasileira de país em desenvolvimento. A elevada volatilidade da taxa de câmbio gera incerteza entre os empresários, dado que esta (no Brasil) tem um papel de indicador da saúde econômica (CARVALHO e SICSÚ, 2004, p.19). Desta forma, o objetivo deste artigo é analisar regimes cambiais