A crise do real
FHC (Fernando Henrique Cardoso) assumiu a presidência, mantendo quase a mesma equipe, fez apenas alguns deslocamentos.
Nelson Jobim, o novo Ministro da Justiça, mergulhara em uma série de reuniões a fim de preparar uma nova reforma na Constituição, mas apenas dois pontos foram alterados:
• A isonomia de tratamento entre empresa nacional e estrangeira sediada no país;
• Abertura para exploração e comercialização do setor petrolífero.
A economia do país bem como a Argentina estava ameaçada pela crise cambial do México. A vulnerabilidade externa da América Latina voltou a ser debatida, afinal fomos afetados pela crise da dívida que havia começado no México em 1982.
Em 1994, o México havia acumulado um déficit em conta corrente de 7% a 8% do PIB (Produto Interno Bruto), sendo sustentado por uma política de valorização do real do peso e de altos juros, estimulando assim a entrada de capital estrangeiro no país. Parte dos dólares que entravam tinha o perfil de curto prazo, ou seja, entravam e saíam rapidamente do país.
O peso mexicano sofreu uma enorme desvalorização, sendo socorrido pelos EUA que montou um pacote de socorro financeiro, no valor de US$ 50 bilhões, 1ª grande operação de resgate na tentativa de tirar o país do sufoco, com a participação do FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e do BIS (Banco de Compensações Internacionais).
Em 1995, Delfim Netto, publicou um artigo sobre a crise:
No qual dizia que muito se falava sobre a tal crise, mas a verdade é que os mexicanos fizeram uma desvalorização de 39%, mantendo o câmbio congelado por aproximadamente 01 ano. O Pacto de Solidariedade Econômica foi firmado em 1987, tendo como princípio básico: “A política cambial deveria suportar a estabilidade sem sacrificar a competitividade”
Dois anos depois de firmado o Pacto a taxa de câmbio em relação ao dólar deveria aumentar um peso por dia (equivalente a uma correção cambial de 16% a.a.), já em 1990 a correção caiu para +/- 11%