Bachelard
Começa uma questão de psicanalise, em que deve-se tomar a atenção nessa localização das lembranças. A psicanálise situa frequentemente as paixões "no século", paixões que são curtidas na solidão e todos os espaços de nossas solidões passadas, são em nós indeléveis.
Os valores de abrigo são tão simples, mas tão profundamente enraizados no inconsciente, que os encontramos com mais facilidade por uma simples evocação do que uma discrição minuciosa. A moradia, por mais pitoresca, esconde uma intimidade, que se torna mais verdadeiro ainda durante um devaneio, para descreve-la só é possível depois de visitar.
“A casa da lembrança se torna psicologicamente complexa. A seus abrigos de solidão se associam o quarto e a sala em que reinaram os seres dominantes. A casa natal é uma casa habitada. Os valores de intimidade aí se dispersam, não se tornam estáveis, passam por dialéticas. Quantas narrativas de infância — se as narrativas de infância fossem sinceras — nos diriam que a criança, por falta de seu próprio quarto, vai aboletar-se em seu canto !”
A casa composta por imagens, dão ao homem razões ou ilusões de estabilidade, distinguir todas essas imagens, seria revelar sua alma e sua psicologia. Para pôr em ordem essas imagens o autor cita dois tópicos:
“1) A casa é imaginada como um ser vertical. Ela se eleva. Ela se diferencia no sentido de sua verticalidade. É um dos apelos à nossa consciência de verticalidade;
2) A casa é imaginada como um ser concentrado. Ela nos convida a uma consciência de centralidade.”
Na casa, duas extremidades