Quimica do Bachelard
Capítulo 1 - Analogia imediata e analogia química
Bachelard começa o primeiro capítulo tratando de diferenças e semelhanças entre dois objetos quaisquer. Segundo ele, a analogia é o primeiro fator que reduz a diversidade. Isso porque quando olhamos para duas coisas primeiro nós notamos e nos fixamos nas semelhanças entre elas, deixando as diferenças de lado. Portanto, para se conhecer verdadeiramente um objeto é preciso deixar essas primeiras analogias mais superficiais de lado e analisar o objeto com mais cuidado. É citado analogia profunda e superficial e é feita uma comparação entre essas duas e as analogias química e física, onde a química corresponderia à analogia profunda e a física à superficial. A analogia química sempre se apresenta como uma analogia retificada, como Bachelard a chama.
As características físicas dos objetos serviram como obstáculos nas definições e classificações do ponto de vista da química. No século XVIII geralmente se tentava pensar em analogias químicas mas isso era feito a partir de analogias envolvendo fenômenos e características físicas. Porém a química moderna só teve progresso a partir da diferenciação entre os objetos, e não a partir da aproximação como tentava-se fazer antes.
Um exemplo disso é a tentativa de Baumé de classificar os corpos segundo seu poder de combustão. Sendo assim ele dividiu os corpos entre aqueles que seriam incombustíveis (minerais) e aqueles que seriam combustíveis (de origem animal ou vegetal). Essa foi uma das tentativas de explicar fenômenos químicos a partir de um fenômeno mais imediato e, a princípio, facilmente observado, que é a combustão.
Outro exemplo foi a classificação de Macquer em relação aos metais. Segundo essa classificação, os metais seriam as substâncias que fossem brilhantes e maleáveis. Os semimetais seriam aquelas que fossem apenas brilhantes mas não maleáveis como, por exemplo, o mercúrio. Portanto, isso ilustra mais