bacharel em teologia
REINO DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO
Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, para a Escola de Pastores do Presbitério da Igreja Presbiteriana de Niterói
Entre os muitos aspectos do confuso cenário evangélico contemporâneo está a própria essência da pregação. O que, exatamente, deve ser o objeto da nossa pregação? Vários grupos e segmentos evangélicos apresentam partes da mensagem como sendo o todo. Ou enfatizam uma parte como padrão hermenêutico para o todo. Expulsão de demônios, que são um aspecto da mensagem do evangelho, acaba se tornando o fulcro de toda a pregação. Da mesma forma com cura divina, e assim se pode falar de muitos outros aspectos. Quando se ouve falar de “Igreja dos Sinais e Prodígios” é que se vê que esta generalização da mensagem por uma parte é mesmo acentuada.
Olhando os evangelhos, vemos que a pregação de Jesus, desde o início, foi muito específica: “Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de
Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Mc 1.14-15). A essência de sua pregação foi o anúncio do reino de Deus. Isto é tão acentuado que o capítulo 13 de Mateus é chamado de “o capítulo das parábolas do reino”. São sete parábolas (o número não é acidental, mas propositado – sete é o número da completude) em que o reino é mostrado desde a semeadura até a consumação. Apenas Mateus usa “reino dos céus” por ser judeu e procurar omitir o nome de Deus. “Reino de Deus” e “reino dos céus” significam a mesma coisa, portanto.
Uma reflexão sobre o reino de Deus ajudaria em muito a igreja evangélica contemporânea a definir bem sua linha de ação.
O conceito de reino estava tão em foco na pregação de Jesus que, em seu último momento físico na terra, este foi o tema da conversa dele com os discípulos: “Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel?” (At 1.6).