Avanços na aceitação das relações homoafetivas?
Penso que essa flexibilização ainda não foi concedida de forma total pela Igreja Católica, penso que o caminho ainda é longo.
É de grande valia que o chefe da maior organização religiosa no mundo ”puxe” essa mudança, mas as raízes são longas e por demais ramificadas. Até que se chegue ao efetivo reconhecimento, a luta será árdua. De toda sorte, começou da melhor maneira possível.
Nossa cultura foi calcada no catolicismo imposto desde nossa colonização até nossa independência se encerrando com o advento da Constituição de 1891. Como mostra dessa influência, regia o art. 5 da CF de 1824, ipses literis: “Art. 5 . A Religião Catholica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas , sem forma alguma exterior a seu Templo.” , mostrando que essa influência não é estranha e assombra em muito a evolução cultural e a relativa efetivação de Direitos Fundamentais.
Justo, entretanto tardio, o surgimento de um Governante com poderes de direito e de fato. De direito, pois o Papa é o “Representante Divino” na Terra (destaco com aspas, pois discordo desse ponto, mas não é o objeto desse tema) portanto, respeitado em todas as esferas e em todos os locais. E de fato, pois é e está se mostrando ser um homem como todos nós, passíveis de erros e acertos, formador de opinião, que com suas atitudes tem o poder de modificar pessoas.
Trago um trecho da declaração do Papa que, se analisado isoladamente, na minha opinião, por melhor que tenha sido a intenção, traz uma idéia de desprezo do ser humano: “O catecismo diz que não se deve marginalizar ESSAS pessoas, devem ser integradas à sociedade.”
Numa perspectiva Kantiana, essa declaração jamais se encaixaria, pois “O ser humano deve ser um fim em si mesmo, por simplesmente ser dotado de razão”. Por essa perspectiva nenhuma pessoa deveria ser marginalizada.
Posto