Avaliação do processo de partição de comprimidos
O reconhecimento da complexidade da situação de saúde no Brasil, tanto em relação aos problemas de saúde da população (perfil epidemiológico) quanto em relação àqueles referentes ao sistema de saúde (organização dos serviços de saúde), não significa uma impossibilidade absoluta de enfrentá-la. As intervenções necessárias para a melhoria dos níveis sanitários e para a garantia do acesso oportuno aos serviços de saúde dependem de medidas técnicas e administrativas, porém exigem mudanças de ordem econômica, política e cultural. Consequentemente, o enfrentamento da situação de saúde analisada requer intervenções setoriais, ou seja, no âmbito de serviços, sistema de serviços de saúde ou setor e intervenções extra-setoriais ou transetoriais que envolvem ou atravessam vários setores, tais como educação, trabalho, agricultura, habitação, saneamento, dentre outros (ROUQUAYROL; FILHO, 1999).
No Brasil, as doenças cardiovasculares que constituem um conjunto de afecções com etiologias e manifestações clínicas diversas, determinam um terço de todas as mortes, representando 32% do total dessas no ano de 1998 (MONTEIRO, 2000; GUS; et al., 2004).
A participação das doenças cardiovasculares na mortalidade do país vem crescendo desde meados do século. Em 1950, apenas 14,2% das mortes ocorridas nas capitais dos estados brasileiros eram atribuídas a moléstias circulatórias; passaram a 21,5% em 1960, 24,8% em 1970, 30,8% em 1980 e 32,4% em 1989. Cabe ao serviço público de saúde coordenar os esforços da sociedade para reduzir a mortalidade e morbidade pelas doenças cardiovasculares, desestimulando o tabagismo e incentivando a adoção de hábitos dietéticos saudáveis (MONTEIRO, 2000).
A hipertensão arterial é o agravo mais comum na população adulta em todo o mundo, sendo considerada um problema de saúde pública por sua magnitude, risco e dificuldades no seu controle. É também reconhecida como um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento do acidente