AVALIAÇÂO EM REDE
HANSEN A BORDO DO NAVIO DE CASTRO ALVES
(...) Castro Alves juntou as tintas mais negras para dar “um quadro dantesco” que ajudou a formar uma consciência contra a escravidão, mas sabemos que esse quadro pecava por muito – e por pouco. Por muito – porque nem sempre todas as circunstâncias referidas no poema se conjugavam. Por pouco porque muitos outros elementos dramáticos, “dantescos”, não foram utilizados.
(...) Castro Alves não quis (nem podia) fazer um poema documental. A maldade era o tráfico. Trazer o negro custava dinheiro e trabalho, e era do interesse do traficante proteger a sua mercadoria, que lhe dava lucros fabulosos no Brasil. É certo que a ganância permitia que os navios trouxessem carga superior à sua arqueação e que a morte se instalava a bordo para fazer a viagem de volta, reduzindo de um terço o número de fôlegos, eliminados por varíola, escorbuto, beribéri, ou envenenados pela comida deteriorada. Muitos negros, por desleixo dos capitães, chegavam aos navios atacados de bexigas ou de lepra. (...) Enfureceu-se com a dança do convés, que era um costume salutar, pois dava ar puro e movimento aos corpos emperrados e angustiados na estreiteza dos porões, mas apenas observou que a escravaria viajava acorrentada - “presa nos elos de uma só cadeia” – sem tirar todo o proveito poético desse fato. As correntes serviam para inocentar os traficantes - toda a carga humana podia ser lançada ao mar sem deixar vestígios – quando a Marinha Inglesa passou a interceptar os navios de escravos e a processar, com extremo rigor, os seus capitães. (...)
CARNEIRO, Edison. Hansen a bordo do Navio de Castro Alves. In: Castro Alves. Navio Negreiro. Brasília.
1. (SARESP - 2005) Segundo o texto, os escravos eram acorrentados uns aos outros como uma forma premeditada para
(A) proteger a mercadoria. (D) inocentar os traficantes.
(B) reduzir o número de fugas. (E) interceptar os navios.
(C) propiciar a dança ao convés.
INTOLERÂNCIA AOS MORADORES DE RUA