Autocracia burguesa
A Perspectiva Modernizadora é uma das direções da renovação do Serviço Social no
Brasil, sendo um esforço de adequar a profissão às exigências postas pelos processos sócio-políticos emergentes no pós 64. Conforme Paulo Netto, o Serviço Social ajustou- se ao projeto de governo para atender ao “grande capital” (NETTO, in: Ditadura e
Serviço Social, 2006). Assim, na perspectiva modernizadora, o Serviço Social ajustou- se ao projeto econômico do governo militar.
Nesse contexto, o Serviço Social é considerado um instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a serem operacionalizadas voltadas às estratégias de desenvolvimento capitalista. Além disso, e apesar disso, é o vetor de renovação que mais influenciou a massa da categoria profissional.
O principal representante da modernização conservadora do Serviço Social é José
Lucena Dantas, que se orientou pela teoria funcionalista, a qual prevê o funcionamento do sistema na mais perfeita ordem, caso contrário, as disfunções precisam ser corrigidas.
A expressão das ideias da perspectiva modernizadora do Serviço social é encontrada nos dois seminários de teorização do Serviço Social realizados durante a Ditadura
Militar: Seminários de Araxá – 1967 e Teresópolis – 1970. Foi no âmbito desses encontros que essa perspectiva foi formulada por seus participantes. Nos documentos que daí se originaram e no de consenso em torno do olhar sobre a profissão, o Serviço
Social é considerado um instrumento profissional de suporte às políticas de desenvolvimento. No documento de Araxá não há qualquer análise ou polemização acerca do conteúdo das políticas sociais, assim como a noção ideológica da “participação” dos comunitários, que se destinava, na verdade, à sua manipulação, cooptação, visando a sua integração/adaptação. Assim, o referencial estrutural-funcionalista – apesar de não ter sido assumido no documento – é