Autismo
DEFINIÇÃO: A primeira descrição de autismo foi feita por Kanner em 1943 existe um consenso em torno do entendimento de que o que caracteriza o autismo são aspectos observáveis que indicam déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.
A noção de espectro do autismo foi descrita por Lorna Wing em 1988, e sugere que as características do autismo variam de acordo com o desenvolvimento cognitivo; assim, em um extremo temos os quadros de autismo associados à deficiência intelectual grave, sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos simples e bem marcados de comportamento e déficit importante na interação social, e no extremo oposto, quadros de autismo, chamados de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social peculiar e bizarra, e sem movimentos repetitivos tão evidentes.
O autismo é uma perturbação neurobiológica global do desenvolvimento que se inicia normalmente antes dos três anos de idade e causa défices marcados na socialização, na linguagem e no comportamento. Dado que se pode manifestar com várias características e sintomas diferentes, a perturbação autística é inserida num espectro de doenças designado de Perturbações do Espectro Autista (PEA), que inclui ainda o Síndrome de Asperger e a Perturbação Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (PGDSOE). Estudos epidemiológicos recentes indicam que pelo menos uma pessoa em cada cem apresenta alguma forma de autismo, sendo o sexo masculino cerca de três a quatro vezes mais afetado que o sexo feminino.
ETIOLOGIA: A etiologia do autismo é complexa e na maior parte dos casos o mecanismo patológico subjacente é desconhecido. É um distúrbio heterogéneo, diagnosticado subjetivamente na base de um